Cientistas lançam Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br)

Diante do cenário catastrófico em que se encontra a ciência brasileira, cientistas e pesquisadores de todas as áreas do conhecimento e todas as regiões do país se unem para buscar articulações com o governo em uma tentativa de sensibilizar parlamentares e líderes do Executivo para o papel estratégico desse setor no desenvolvimento econômico e social de uma nação. Com esse espírito de resistência foi lançada no dia 8 de maio a Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br).

O lançamento foi parte da mobilização #cienciaocupabrasilia, que reuniu mais de 60 entidades científicas no Congresso Nacional para cobrar dos parlamentares a recuperação do orçamento para CT&I e a valorização das universidades públicas. Cerca de 20 deputados participaram da atividade para manifestar total apoio à Iniciativa e às reivindicações dos cientistas. Trata-se de um movimento organizado pela comunidade brasileira de ciência e tecnologia para atuação permanente junto aos parlamentares no Congresso Nacional e, também, em Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, em prol do desenvolvimento científico e tecnológico do País.

A ICTP.br é coordenada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) junto à Academia Brasileira de Ciências (ABC), Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti) e Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Municipais de Ciência, Tecnologia.

“A intenção é reunir todos os setores da comunidade científica para termos uma presença permanente dentro do Congresso, para levarmos aos deputados e senadores os pontos prioritários para promover políticas que promovam o desenvolvimento desse setor. Queremos, assim, facilitar um diálogo para que os parlamentares se empenhem e se envolvam com estas questões. Por isso, essa iniciativa só faz sentido se as entidades que formam essa comunidade estiverem integradas todo o tempo”, ressaltou o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira.

“Temos grande potencialidades que estão sendo desperdiçadas por inércia de governos. E chegamos agora na morte da ciência do Brasil com essa depauperação de recursos. É preciso que todas as universidades, todas as instituições públicas de pesquisa e todas as entidades científicas se unam para defender a ciência e o futuro desse país. Quem sabe esse clima de indignação e resistência seja o que precisávamos para mudar essa situação”, disse o presidente da ABC, Luiz Davidovich.

Confira a notícia completa no site da Academia Brasileira de Ciência.

Aberto edital para concessão de bolsas PIBITI/PIBINOVA da UFF

A Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PROPPI) e a Agência de Inovação (AGIR) da Universidade Federal Fluminense – UFF tornam público o edital para a concessão de bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI/CNPq) e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Inovação (PIBINOVA/PDI/UFF) para a vigência 2019/2020. O Edital é complementado pela RN 017/2006 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e pelo Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI da UFF.

As propostas deverão ser obrigatoriamente enviadas até o dia 02 de junho de 2019, conforme previsto no cronograma do Edital.

O edital e seus respectivos formulários estão disponíveis na aba BOLSAS do site da AGIR: http://www.agir.uff.br/

Mais informações pelo e-mail bolsasagir@gmail.com.

Participe da campanha #MinhaPesquisaSuaVida e destaque a relevância social da sua pesquisa

Em prol de uma movimento em defesa das universidades públicas e da ciência, a campanha  #MinhaPesquisaSuaVida surge como uma iniciativa da Divisão de Inovações e Tecnologias Sociais da Agências de Inovação (AGIR/UFF). A proposta é apresentar para a sociedade as potências e relevâncias sociais de pesquisas e/ou projeto desenvolvidos por alunos, docentes e técnico-administrativos da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Para participar, basta enviar para a página no Facebook da Agir ou para nosso e-mail (tecnologiasocial.uff@gmail.com), uma breve texto sobre a contribuição social da sua pesquisa e uma foto que a represente. Participar dessa campanha é fazer parte de um movimento que busca consolidar políticas públicas que incentivem as universidades como força motora do desenvolvimento científico, tecnológico e social do Brasil.

Ações como essa são necessárias e urgentes diante dos últimos episódios envolvendo universidades públicas no Brasil, quando o Ministério da Educação confirmou o bloqueio global de 30% do orçamento de custeio das universidades federais. Se concretizada, essa medida produzirá um impacto negativo profundo e duradouro na contribuição fundamental das universidades para o desenvolvimento do país. Em nota oficial, a Universidade Federal Fluminense apresenta como preceitos fundamentais a “excelência acadêmica, o impacto social, a inovação e a transferência de conhecimento para a sociedade”.

Rede Nacional de Ciência para Educação busca conectar o conhecimento acadêmico e a escola básica

Como a ciência pode ajudar na educação? Esta é a pergunta que motiva a Rede Nacional de Ciência para Educação (Rede CpE). Criada em novembro de 2014, por um grupo inicial de 30 cientistas de universidades brasileiras, a rede tem por objetivo unir pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento interessados em realizar pesquisas científicas que possam promover melhores práticas e políticas educacionais baseadas em evidências.

Com a missão de fazer pesquisa translacional em educação, como já se faz há muito tempo para a saúde, a proposta da Rede é levar conhecimentos adquiridos no laboratório para a realidade da escola. Para isso, são identificados e conectados grupos de pesquisa pelo país cujos trabalhos possam de alguma forma contribuir para a educação; busca-se também uma aproximação entre pesquisadores, educadores e gestores para discutir o campo de ciência para educação e suas aplicações políticas e práticas; o estímulo à condução de pesquisas sobre aprendizado e ensino; além de  promover experimentos em escolas e ambientes escolares para testar hipóteses pedagógicas.

A Rede CpE é coordenada pelo acadêmico da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Roberto Lent. De acordo com a coordenadora de Educação da Rede, a acadêmica Débora Foguel, “não é uma rede de educação científica: é uma rede multidisciplinar com cerca de 120 pesquisadores de todas as regiões do país cujas pesquisas podem contribuir com a melhoria da educação”. Envolve pesquisas nas áreas de neurociência, linguística, psicologia, ciências de computação, economia da educação, entre outras”, explicou.

Débora conta, entusiasmada, que está montando um curso online sobre “Ciência da Aprendizagem” para a formação de professores”. E ela representa a ABC na Rede CpE, unindo assim algumas das pontas de sua própria rede.

Conheça mais a Rede CpE no site oficial.

UFF elabora cronograma de ações em defesa da universidade pública, gratuita, de alta qualidade e inclusiva

No último dia 30, o Ministério da Educação confirmou o bloqueio global de 30% do orçamento de custeio das universidades federais. Se concretizada, essa medida produzirá um impacto negativo profundo e duradouro na contribuição fundamental das universidades para o desenvolvimento do país. Em nota oficial, a Universidade Federal Fluminense apresenta como preceitos fundamentais a “excelência acadêmica, o impacto social, a inovação e a transferência de conhecimento para a sociedade”. Nesse sentido, iniciativas que busquem reverter urgentemente os bloqueios anunciados dos investimentos nas universidades federais começaram a se elaborados em massa por toda a comunidade universitária buscando consolidar políticas públicas que incentivem as universidades como “força motora do desenvolvimento científico, tecnológico e social do Brasil.”

Pensando nisso, a UFF está elaborando um cronograma de ações em defesa da universidade pública, gratuita, de alta qualidade e inclusiva. Serão atividades abertas ao público de conscientização e de divulgação dos projetos de ensino, pesquisa e extensão. Estão previstas ações sociais nas praças, estandes acadêmicos, abrir as portas dos laboratórios, bibliotecas e muito mais. Em breve será anunciada a agenda completa de atividades, que se concentrarão no dia 15 de maio.

Você pode conferir a nota completa clicando aqui.

Saiba mais sobre tecnologias sociais e inscreva sua experiência para compor o Catálogo de Tecnologias Sociais 2019 da UFF. Inscrições até 03 de maio!

Até 03 de maio está aberto o Edital de Chamamento e Registro de Experiências de Tecnologia Social 2019, da Divisão de Inovação e Tecnologias Sociais da Agência de Inovação (AGIR), vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação. O edital tem como objetivo identificar, mapear, documentar e divulgar as experiências de tecnologia social que são desenvolvidas por técnicos-administrativos, docentes e/ou alunos da Universidade Federal Fluminense (UFF). são aceitas experiências de tecnologia social e/ou inovações para o desenvolvimento social em curso, em fase piloto ou já finalizadas.

O Catálogo de Tecnologias Sociais da UFF teve sua 1ª Edição lançada em 2017 e foi reeditado em 2018. Com o trabalho de catalogação, foram observados alguns indicadores atribuídos ao que chamamos de tecnologia social. Ainda não há um consenso sobre seu conceito e seus significados, o que se reflete numa polissemia de seu uso, com diferentes apropriações e sentidos. No entanto, entendemos que a tecnologia pode ser considerada, classificada ou nomeada de/como social quando:

1) se propõe a atuar sobre um problema social (como a preservação do meio ambiente, por exemplo);

2) quando é fruto de uma demanda social ou parte de uma iniciativa da sociedade;

3) quando o sentido de social está relacionado à oferta de um direito social, ou que prevê por meio dela a inclusão social ou produza algum impacto social;

4) quando seus valores estão informados pelo desenvolvimento da sociedade, não do mercado, ou seja, quando a ideia de social se apresenta como uma alternativa ao capital;

5) quando a tecnologia em questão se opõe ou se diferencia das consideradas tecnologias convencionais;

6) quando a tecnologia considera os saberes dos atores diretamente afetados pelo problema (saber local) que, em interlocução com o saber acadêmico e científico, buscam apresentar alternativas de solução;

7) quando apresenta como valores o baixo custo, é sustentável ou reaplicável;

8) quando traz embutidos valores relacionados à solidariedade social;

9) quando o sentido de social está relacionado à ideia de assistencial (ou serviço social), ou ainda;

Acha que seu projeto, pesquisa e/ou ideia se encaixa em algum desses indicadores? Então inscreva sua experiência para compor o Catálogo de 2019, preenchendo até o prazo um formulário online, com link disponível no Edital. As experiências selecionadas por meio do Edital se somarão àquelas já catalogadas e integrarão o Catálogo de Tecnologias Sociais 2019, com lançamento previsto para novembro deste ano. O mapeamento, documentação e divulgação das informações busca dar visibilidade às experiências de tecnologia social desenvolvidas pela UFF, produzir registro e criar memória a partir das iniciativas registradas, dar publicidade às experiências, além de permitir que os produtos, processos, metodologias, serviços e técnicas mapeadas, possam ser objeto de reaplicação e intercâmbio.Conheça os Catálogos de Tecnologias Sociais da UFF publicados em 2017 e em 2018.  Dúvidas e mais informações podem ser esclarecidas através do nosso e-mail (tecnologiasocial.uff@gmail.com)

Conheça o “PIPAS”: projeto de extensão da UFF que discute urgência de se pensar sobre populações de excluídos

Há quem tenha olhos para ver o que quase ninguém vê. Para reconhecer a existência de pessoas mesmo quando, há muito, a sociedade lhes destituiu do direito de serem vistas. Assim é Margareth Martins, professora da UFF de Pedagogia Social, idealizadora do projeto de extensão “PIPAS”, que há 18 anos forma educadores de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Uma criança nessa circunstância, segundo ela, “é atravessada por várias necessidades, atingida por muitos vetores de exclusão. Então, falamos em vulnerabilidades: a financeira, a material, a afetiva etc”. É nesse lugar sem lugar que a pedagogia social trabalha, explica a professora, lá mesmo onde nem a escola, nem a família e nem a sociedade reconhecem.

Margareth iniciou sua trajetória de trabalho com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade já nos primeiros anos de formada: “costumo dizer que Pedagogia Social me encontrou”. Foi nesse momento que se deparou com uma dificuldade de aplicar o conhecimento aprendido ao longo de sua graduação à realidade que se apresentava para ela: “Tudo o que tinha estudado até então não me possibilitava compreender como eu ensinava aqueles meninos, que não tinham casa, não tinham sequer espaço sanitário para ser utilizado. Comecei a entender que alguma coisa precisava chegar antes do processo educacional formal para trabalhar com essas crianças”, explica.

Esse descompasso entre o conteúdo aprendido e a vida real foi uma das motivações para criar, alguns anos depois, o “PIPAS”. Os alunos na universidade, esclarece ela, “têm uma formação para lidar com uma criança que só existe na teoria. A criança real é outra”. O objetivo do projeto, portanto, é o de formar educadores sociais que possam trafegar por diferentes espaços de sofrimento onde essa criança se encontra: “muitas pessoas dizem que toda pedagogia é social. Ela deveria ser, mas não é. A pedagogia social é a pedagogia da humanidade. Se a gente não percebe isso, vai limitar nossa ação a fechar o diário, dar a matéria, fazer a prova e dar nota, e não é só isso. O sistema capitalista no qual estamos envoltos tem feito com que as pessoas não queiram conviver”.

Ex-aluna do projeto “PIPAS” e atual integrante do grupo de pesquisa coordenado por Margareth, a professora aposentada e teóloga Conceição Maria acumulou experiências com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Um dos projetos onde atuou como educadora social, com foco na erradicação do trabalho infantil, envolveu a comunidade do Morro do Céu: “comecei esse projeto numa salinha pequena, que depois cresceu muito. Chegou uma hora que tinha quase 300 crianças. Elas tinham uma capacidade tão grande! Por que viver só de catar lixo? Elas cantavam!”.

Conceição explica que esse trabalho abrangia não somente acompanhamento escolar, mas o oferecimento de cursos de informática, esportes e lazer. Com isso, segundo ela, “foi sendo criada outra forma de organização na vida deles, de disciplina e respeito um pelo outro, que fez com que muitos deles virassem irmãos. Se você subir aquele morro hoje e fizer uma pesquisa, posso afirmar que não perdemos dez para o crime”.

Nascida em bairro pobre, Conceição teve a experiência de viver na própria pele situações de exclusão, que foram determinantes na sua escolha profissional e nos trabalhos que desenvolveu na área. Com uma sensibilidade aguçada para entender o que é está em um lugar de vulnerabilidade socialmente, ela lança perguntas provocadoras: “Parece que a favela é um lugar violento, onde se faz o que não se deve, mas quem vai lá comprar coisas irregulares? Vejo crianças comercializando essas coisas e quem tem poder consumindo. Então quem é mais violento? Eles que vendem? Ou quem compra? Na verdade, essas crianças são praticamente escravas de uma situação que pessoas cultas colaboram para existir”.

De forma simples e profunda, Conceição explica as razões que a fizerem escolher estar ali, junto dessas crianças, num lugar tão invisível quanto hostil: “as pessoas não entendem e dizem que esse trabalho é pesado e triste. Mas para mim isso é caminhar junto”. E emenda: “não adianta só pesquisar se você não age. Para que você quer dados se não vai mudar nada?”.

Com questionamentos semelhantes, e também provocadores, Margareth faz ecoar a voz da sua companheira de pesquisa e também de vida: “ouço as pessoas dizerem: ‘como você trabalha com isso? Não dá nenhum tipo de pontuação no Lattes’ e respondo falando que é isso o que traz sentido para a minha vida: não trabalho na linha da reprodução, mas da transformação. E um trabalho como esse, que alia teoria e prática, é revolucionário. Tem hora que a gente senta e chora muito. Depois a gente lava o rosto e continua, porque sabe que o trabalho precisa ser feito. Hoje, no ‘PIPAS’, são 375 pessoas participando. E cada um delas é responsável por uma ação social”.

Telma Regina, professora e facilitadora social na Escola Anália Franco, onde um dos projetos do “PIPAS” acontece, engrossa o coro das professoras, explicando como a Pedagogia Social se constitui como ferramenta útil para o mundo em que vivemos, por seu potencial de transformação da realidade e sua convocação ao engajamento das pessoas: “constato que a Pedagogia Social veio dar respostas para o momento que estamos vivendo. Ainda vamos ouvir falar muito do facilitador social, esse mediador de excelência. Dirimindo conflitos, contextualizando uma questão muito escassa no homem moderno, que é a fé em si mesmo, a fé no outro, a fé num mundo melhor”.

Emocionada, Telma revela o quanto a pedagogia social é para ela mais do que uma profissão, mas uma forma de viver: “a pedagogia social faz a gente marejar. Se você ainda não marejou, marejará. Você acaba crendo no que a ciência mostra, que você é mais água do que qualquer outra coisa. Me sensibiliza, me espiritualiza, no sentido verdadeiro de espiritualidade, que é até citado na conceituação de Dalai Lama. Ele diz que espiritualidade é tudo aquilo que te transforma e aqui você se sente transformado dia a dia”.

Com olhos para ver e coração para sentir, Margareth, Conceição e Telma, fazem um convite para um encontro inadiável com a diferença, num mundo onde ela parece não caber em lugar algum, experimentando com-viver com ela: “os cientistas chegaram à conclusão de que o órgão mais inteligente é o coração. Você viu essa pesquisa? Todo mundo acha que pensamos antes de sentir, mas os cientistas descobriram que não, que a sincronicidade é dada pelo coração”, conclui Telma.

Fonte: site UFF

Conheça Lia Medeiros, a brasileira envolvida no projeto que fotografou o buraco negro

O surgimento da primeira imagem de um buraco negro é um dos grandes feitos astronômicos dos últimos tempos. A foto foi resultado da junção de sinais de oito telescópios espalhados ao redor do mundo. A divulgação da imagem causou uma grande movimentação em toda a comunidade científica, mas nós temos mais um motivo para nos orgulhar: uma das cientistas envolvidas no projeto é brasileira. Lia Medeiros, de 28 anos, se mudou para os EUA ainda criança e faz parte da equipe responsável pela imagem e por sua divulgação.

Lia é uma astrofísica brasileira e defendeu recentemente sua tese de doutorado pela Universidade do Arizona. Lia é especializada em testar as teorias da física nas condições extremas do espaço, e encontrou no EHT o projeto ideal para o seu trabalho. Ela atuou tanto na equipe que realizou as simulações teóricas quanto em um dos quatro times do grupo de imagens, que usou diferentes algoritmos para usar os pedaços da imagem do buraco negro captado pelos sinais dos radiotelescópios e preencher os espaços vazios para completar a “fotografia”.

Em entrevista ao G1, Lia disse que cresceu perto de diversas pesquisas científicas, já que seu pai é um professor de aeronáutica na Universidade de São Paulo. Sua paixão por matemática surgiu ainda na infância, quando ela percebeu a semelhança na linguagem dos números nos diferentes países em que morou. “Quando era criança, percebi que, mesmo que a leitura e a escrita fossem completamente diferentes em países diferentes, a matemática era sempre a mesma”, declarou Lia.

Lia ainda falou um pouco sobre como se deu conta de que queria trabalhar com a matemática e com suas vertentes. “No ensino médio, eu estudei física, cálculo e astronomia ao mesmo tempo e finalmente entendi o real significado da matemática. Eu fiquei maravilhada e atônita que nós, seres humanos, conseguimos criar uma linguagem, a matemática, que não é só capaz de descrever o universo, mas pode inclusive ser usada para fazer previsões”.

Ela também disse que ficou impressionada com os buracos negros, e decidiu que era nisso que sua carreira seria focada: “Eu fiquei especialmente maravilhada pelos buracos negros e a teoria da relatividade geral. Eu decidi então que queria entendê-los. Eu me lembro que perguntei a um professor que curso eu precisava estudar na faculdade para trabalhar com buracos negros. Ele disse que provavelmente daria certo com física ou astronomia. Então fiz as duas.”

Segundo a pesquisadora, o resultado do projeto foi obtido graças ao trabalho de mais de 200 pessoas. Porém, o foco que está sendo dado às mulheres envolvidas é muito bom, já que pode acabar com o estereótipo de que apenas homens podem ser cientistas. “É importante que garotas e jovens mulheres saibam que essa é uma opção para elas, e que elas não estarão sozinhas se optarem por uma carreira científica.”

Ao ser questionada sobre seu futuro, Lia comentou que ganhou uma bolsa de pós-doutorado em astronomia e astrofísica da Fundação Nacional de Ciências, que é um programa de três anos que inclui um salário e um fundo para auxiliar em suas pesquisas. Ela também recebeu uma oferta para participar do Instituto de Estudos Avançados, e disse que pretende conciliar os dois cargos. “Vou levar minha bolsa para o Instituto de Estudos Avançados e, depois dos três anos iniciais, vou continuar como membro do Instituto.

Além de brilhante cientista, Lia é uma mulher consciente e luta pela igualdade de gênero nas ciências exatas e tecnológicas (STEM). “Eu tenho dedicado uma porcentagem significativa do meu tempo durante meus estudos em tentar expandir a representação das mulheres na ciência, especificamente focando em dar às meninas jovens exemplos positivos nos modelos femininos na STEM.”

Fonte: Olhar Digital

Programa Ciência na Escola engloba ações conjuntas para o aprimoramento do ensino de Ciência na educação básica

O Programa Ciência na Escola (PCE) envolve um compromisso pelo aprimoramento do ensino de ciências na educação por parte do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O Programa será gerenciado, monitorado e avaliado, com resultados disponibilizados em Portal construído pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

São objetivos do PCE: Aprimorar o ensino de ciências nas escolas de educação básica; Promover o ensino por investigação voltado à solução de problemas; Intensificar a qualificação de professores da educação básica para o ensino de ciências; Estimular o interesse dos alunos da educação básica pelas carreiras científicas; Identificar jovens talentos para as ciências; Fomentar a implementação de soluções inovadoras que contribuam para aprimorar o ensino e o aprendizado de ciências; Incentivar o uso de novas tecnologias educacionais e novos métodos de ensino de ciências; Fortalecer a interação entre escolas de educação básica, instituições de ensino superior, espaços de ciência e outras instituições de ciência, tecnologia e inovação; e Democratizar o conhecimento e popularizar a ciência.

O Programa iniciará suas atividades em abril de 2019 com quatro ações simultâneas: Chamada Pública para Instituições, que selecionará redes para o aprimoramento do ensino de Ciências na Educação Básica; Chamada Pública para Pesquisadores, que busca selecionar projetos para o aprimoramento desse ensino em Ciências; Olimpíada Nacional de Ciências de 2019, que será coordenada pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e estimasse a participação de 1 milhão de alunos; por fim, uma especialização à distância em ensino de Ciências, chamada “Ciência é Dez!”, cursos da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Saiba mais informações sobre as iniciativas e programas do PCE no site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Lixo para uns, economia circular e inclusão digital para todos: conheça os Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs)

Não sabe o que fazer com eletroeletrônicos velhos ou sem uso? As equipes do programa Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) vão dar um jeito em praticamente 100% do que acabaria indo para o lixo. Dez mil jovens capacitados em oito anos e 116 toneladas de resíduos eletrônicos tratados somente em 2018. Esses são apenas alguns números do CRC Programando o Futuro, um espaço para a formação de jovens, recuperação de computadores e destinação correta de resíduos localizado em Valparaíso de Goiás (GO).

Os oito CRCs apoiados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) estão espalhados pelas cinco regiões do país. Todos recebem doações de computadores, televisores e aparelhos eletroeletrônicos antigos ou quebrados. Depois de uma triagem, as máquinas são transformadas e as peças são, praticamente, 100% aproveitadas. Os computadores recuperados são doados para telecentros, escolas, bibliotecas ou colocados à disposição em situações de emergência, como aconteceu em Brumadinho (MG).

“O espírito do projeto é reciclar e recuperar tudo. Mesmo  com muita criatividade, o que não conseguimos aproveitar é encaminhado para empresas especializadas”, conta o gerente-geral do CRC de Valparaíso, Fabio Paiva.

Em Valparaíso de Goiás, no Entorno de Brasília, o CRC Programando o Futuro funciona em um antigo ginásio de esportes cedido pela prefeitura local. Segundo o coordenador da instituição, Vilmar Nascimento, o projeto tem mudado a realidade da região. “A gente costuma dizer que tudo de ruim acontecia nesse espaço: roubo, tráfico de drogas, violência. Hoje, é muito comum as pessoas virem para cá estudar, conversar aqui na frente, e isso impacta na melhoria da qualidade de vida. Tem também o futuro dos jovens que passam por aqui, que ganham uma oportunidade e podem mudar suas vidas”, disse.

Qualquer pessoa pode ir aos CRCs e doar equipamentos que estão parados em casa.

CRC Programando o Futuro
Entidade Gestora: Programando o Futuro
Localização: Valparaíso de Goiás (GO)


CRC Inac
Entidade Gestora: Instituto Nova Ágora Cidadania
Localização: Zona Leste de São Paulo (SP)


CRC Univasf
Entidade Gestora: Universidade Federal do Vale do São Francisco
Localização: Juazeiro (BA)


CRC Belo Horizonte
Entidade Gestora: Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte
Localização: Belo Horizonte (MG)


CRC Emaús
Entidade Gestora: Movimento Emaús
Localização: Belém (PA)


CRC Idear
Entidade Gestora: Instituto Nova Ágora Cidadania
Localização: Maracanaú (CE)

Fonte: Ascom MCTIC

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