A acessibilidade é um tema falado e estudado há muito tempo, assim como a importância de sua aplicação na prática. Da mesma forma é a audiodescrição, que funciona como um recurso à acessibilidade de pessoas com deficiência. Entendendo a importância da temática surge o projeto “Nada sobre nós, sem nós: uma proposta de audiodescrição com consultoria continuada para pessoas cegas”.
A experiência de tecnologia social é coordenada pelo aluno Kerllon Lucas Gomes, do bacharelado em Cinema e Audiovisual, com orientação da professora Drª Dagmar de Mello. O projeto surge a partir de uma vivência em sala de aula, na qual Kerllon e mais três pessoas começaram a pensar em uma criação de conteúdo, surgindo o tema da audiodescrição nesse momento.
Realizar audiodescrição significa adicionar uma narrativa a um trabalho audiovisual, um filme, por exemplo, para que uma pessoa com deficiência possa ter a própria experiência do material que está assistindo. A partir do trabalho realizado, o coordenador percebe que a maior parte das audiodescrições não são feitas de forma satisfatória, e parte daí a sua motivação.
Uma das partes mais importantes do processo, se não a parte mais importante, é a existência de consultores cegos capacitados tecnicamente para o processo de audiodescrição, e isso quase sempre não é visto, de acordo com as percepções e pesquisas realizadas pelo aluno. Com isso, são chamados dois consultores com essas características, que fazem com que o processo da audiodescrição proposto por Kerllon comece a tomar a forma mais justa.
É um desafio para a pessoa vidente, aquela que enxerga, segundo categoria utilizada pelo coordenador, audiodescrever uma imagem que pode passar despercebida pelos olhos. A pessoa com deficiência visual e a pessoa cega pode não precisar que seja audiodescrita uma cena com um copo sendo completado por água, porque é possível ouvir, mas pode ser necessária a audiodescrição de outra cena, que uma pessoa vidente pode não ter a sensibilidade de compreender que é importante.
Levar a acessibilidade da indústria audiovisual para as pessoas é também levar a experiência completa de assistir a um filme. Compreender a importância da técnica da audiodescrição é imprescindível para que seja feito e entregue um trabalho justo, inclusivo e que leve cultura a pessoas com deficiência visual e cegas. A consultoria continuada com pessoas cegas é fundamental para o processo da audiodescrição, pois leva em consideração o saber local do público-alvo e as suas próprias demandas, para que seja, de fato, o nada sobre nós, sem nós.
A experiência de tecnologia social “Nada sobre nós, sem nós: uma proposta de audiodescrição com consultoria continuada para pessoas cegas” faz parte do Catálogo de Tecnologias Sociais de 2019, que você pode ler na íntegra aqui. E para conhecer mais sobre o trabalho que temos desenvolvido na Coordenação de Inovação e Tecnologias Sociais, acesse aqui.
A educação ambiental faz parte do currículo escolar e é uma pauta importante a ser ensinada à crianças e adolescentes, para que cresçam entendendo o meio ambiente que vivem, aprendam a cuidar dele da melhor forma, e entendam que são parte do todo. Através da premissa do cuidado tridimensional, surge o “Eu, tu, NOSSO Ambiente: Para um reencantamento de mundo com estudantes de uma comunidade pesqueira”.
A experiência de tecnologia social, é coordenada por Crystiane Ribas, doutoranda do Programa Acadêmico em Ciência do Cuidado em Saúde – PACCS, da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, sendo orientada pela professora drª Vera Maria Saboia. A realização do projeto parte de sua trajetória acadêmica e de vida, na qual começou a ter interesse pela temática olhando para o ambiente que era sua moradia.
A partir disso, Crystiane começou a estudar a qualidade da água de seis rios de São Gonçalo, percebendo a grande e marcante degradação ambiental dos locais de trabalho e moradia da comunidade pesqueira do bairro Gradim, e que afeta a saúde e as condições de trabalho dos nativos. A partir desse conhecimento, começa a pensar como os estudantes da localidade entendiam o meio ambiente que viviam, realizando práticas educativas na escola, com alunos do ensino fundamental.
O cuidado consigo, o cuidado com o outro e o cuidado com o ambiente formam a percepção do cuidado tridimensional, que busca demonstrar a importância dessas três fases para compreender o meio ambiente como algo intrínseco a vida em sociedade. Os estudantes desenham o que compreendem como meio ambiente e isso faz com que a experiência seja atrelada à realidade e de como é compreendido o ambiente a partir da perspectiva daqueles que estão vivendo nele, de dentro pra fora.
As visitas na comunidade e as entrevistas com os moradores reforça a importância da valorização do saber local e de como levar essa demanda do cuidado com o meio ambiente, considerando os aspectos locais, é importante para o potencial transformador dos estudantes e de todas as pessoas, de forma geral, para que compreendam que cuidar do meio ambiente é também cuidar de si.
A experiência de tecnologia social “Eu, tu, NOSSO Ambiente: Para um reencantamento de mundo com estudantes de uma comunidade pesqueira” faz parte do Catálogo de Tecnologias Sociais de 2019, que você pode ler na íntegra aqui. E para conhecer mais sobre o trabalho que temos desenvolvido na Coordenação de Inovação e Tecnologias Sociais, acesse aqui.
As instituições de fomento à pesquisa Conselho Nacional de Desenvolvimento e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) estão com diversos editais abertos para o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas.
No CNPq, são 5 os editais com inscrições abertas:
1 – Chamada Pública para Empreendimentos e soluções de base tecnológica na área de Grafeno, com inscrições até o dia 17 de julho de 2020;
2 – Chamada Pública para fomento a eventos e atividades de divulgação e popularização da ciência que visem contribuir significativamente para o desenvolvimento científico e tecnológico e para a inovação do Brasil, que tenham como tema a inteligência artificial, com inscrições até 22 de junho de 2020;
3 – Chamada para apoiar a realização de eventos de grande porte, com abrangência mundial, internacional ou nacional, que sejam relacionados à temática de CT&I e promovidos por sociedades ou associações científicas e/ou tecnológicas, com inscrições até 25 de junho de 2020;
4 – Seleção de instituições interessadas em participar do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), que disponibilizará 3.100 bolsas de iniciação tecnológica, com vigência de agosto de 2020 a julho de 2021. Para essa seleção, as inscrições se encerram em 08 de junho de 2020;
5 – Inscrição para o Prêmio José Reis de Divulgação Científica, na categoria “Jornalista em Ciência e Tecnologia”, na qual podem concorrer jornalistas profissionais que atuem na difusão da CT&I nos meios de comunicação de massa. As inscrições foram prorrogadas e encerram no dia 22 de maio de 2020.
Pela CAPES, há 1 edital aberto:
1 – Seleção das melhores teses de doutorado defendidas em 2019, através do Prêmio CAPES de Tese – Edição 2020, em cada uma das áreas de avaliação reconhecidas pela instituição. As inscrições encerram no dia 29 de maio de 2020.
Pela FAPERJ, estão abertos 3 editais:
1 – Chamada através de ação emergencial para projetos que visem o combate aos efeitos do covid-19, em parceria com o governo do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde (SES). As chamadas são de fluxo contínuo, direcionadas à pesquisadores vinculados às Instituições de Ensino e Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro, startups, micro, pequenas e médias empresas.
2 – Chamada para selecionar projetos que apresentem ideias inovadoras na área de tecnologia digital, no âmbito do Programa “STARTUP RIO 2020: Apoio à Difusão de Ambiente de Inovação em Tecnologia Digital no Estado do Rio de Janeiro”. As inscrições se encerram no dia 29 de maio de 2020.
É importante ressaltar que a FAPERJ possui calendário anual de concessão de bolsas e auxílios, que pode ser consultado diretamente em seu site.
A literatura de cordel faz parte da cultura popular brasileira, sendo utilizada para contar histórias valorizando o folclore, através de gravuras feitas em madeira, as xilogravuras, normalmente com versos ritmados. Fazer o resgate dessa cultura é também divulgar a riqueza da cultura brasileira, e é com essa proposta que surge o Cordel Urbano.
Essa experiência de Tecnologia Social, coordenada pela professora Dr. Renata Villanova, do departamento de Desenho Técnico da UFF, utiliza as premissas do design participativo e regenerativo, dando enfoque pra uma cultura e uma periferia que muitas vezes são esquecidas e invisibilizadas.
A partir de rodas de rima e poesia, realizadas por moradores do Morro do Palácio que trabalham no MACquinho, eram debatidos grupos de palavras, que viram poesias, rimas e raps, e que depois começam a virar as gravuras para a construção do cordel urbano, unindo o folclore à cultura urbana da comunidade.
Um dos desdobramentos da experiência é o projeto “Cordel do Palácio”, no qual a universidade olha através da visão do morador, e os alunos criam textos a partir de fotografias tiradas por Josemias, funcionário do MACquinho e morador da comunidade, que expõem a realidade local do Morro do Palácio. O projeto valoriza a diversidade das culturas e a importância de cada ator para o processo, promovendo um troca da leitura de mundo entre a universidade e os moradores da comunidade.
Os muros da universidade são abertos através da arte, da linguagem e do resgate do cordel, valorizando os atores locais, as suas vivências locais e transformando seu cotidiano e suas lutas em histórias e pinturas, de forma a articular os saberes locais com os saberes da universidade, promovendo um entrelace de culturas e conhecimento.A experiência de tecnologia social “Cordel Urbano” faz parte do Catálogo de Tecnologias Sociais de 2019, que você pode ler na íntegra aqui. E para conhecer mais sobre o trabalho que temos desenvolvido na Coordenação de Inovação e Tecnologias Sociais, acesse aqui.
A partir de um processo produtivo artesanal-fabril, a Linha Cumbuca de Bioprodutos é uma experiência de tecnologia social que visa a inclusão da comunidade do Morro do Palácio (Niterói), através das atividades realizadas no MACquinho, com o conhecimento desenvolvido na universidade.
Essa experiência é criada por alunos e professores do curso de Desenho Industrial, da UFF, coordenada pelo professor dr. João Lutz, do departamento de Desenho Técnico da UFF, e leva em consideração as premissas do design participativo, unindo baixo-custo, produção de conhecimento e reaproveitamento de materiais, transformando sucata de papel em cumbucas funcionais e versáteis.
Unindo a ideia sustentável de reaproveitar materiais que antes iriam para o lixo, há também a promoção de integração entre os alunos da UFF e os alunos atendidos pelo MACquinho, realizando oficinas com papel, rodas de conversa e participando de feiras de ciência e tecnologia, expandindo o trabalho da universidade para além de seus muros.
As cumbucas são feitas de diferentes tamanhos, formas e cores, a partir da sucata de papel, que vira uma massa, que toma a forma final. O processo é simples e a luz do sol é o suficiente para a secagem das cumbucas, sendo posteriormente utilizada uma estufa que a equipe conseguiu devido às parcerias estabelecidas com outros departamentos da UFF, que se interessaram pelo trabalho.
Um dos desdobramentos da experiência é a confecção de troféus para o Engecine, uma oficina de curta-metragens realizada na Semana Acadêmica da universidade, o que demonstra o engajamento da comunidade acadêmica. E também o projeto “Projetando Palácios”, com a prerrogativa de projetar em conjunto com a comunidade do Morro do Palácio, entregando, de fato, um serviço para a sociedade.
A experiência de tecnologia social “Linha Cumbuca de Bioprodutos” faz parte do Catálogo de Tecnologias Sociais de 2019, que você pode ler na íntegra aqui. E para conhecer mais sobre o trabalho que temos desenvolvido na Coordenação de Inovação e Tecnologias Sociais, acesse aqui.
Com a pandemia de covid-19 chegando ao Brasil e os hospitais cada vez mais cheios, com altas demandas de trabalho aos profissionais da saúde, e a facilidade de contágio do vírus, foi observado que muitos enfermeiros, médicos e outros profissionais da área acabavam por se contaminar no momento de retirada dos Equipamentos de Proteção Individual, os EPIs, como luvas e máscaras descartáveis.
Esses equipamentos de proteção são fundamentais para que os profissionais possam exercer suas funções resguardando sua saúde, integridade física e segurança, e devem ser sempre utilizados da forma correta e por todo tempo de serviço, respeitando as instruções de cada tipo de equipamento.
Levando essa fragilidade em consideração, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto de Ciência Biomédicas, uniu esforços para criar a plataforma EPI Saúde.
Nessa plataforma, busca-se reunir informações pertinentes sobre as melhores formas de atuação nesse momento de pandemia, de forma a reduzir o contágio dos profissionais de saúde, que precisam atuar na linha de frente no combate ao coronavírus.
O site traz dicas de utilização dos equipamentos, melhor forma de realização do descarte, erros mais comuns, além de informações sobre o coronavírus. Funciona como uma plataforma de educação, que une os saberes da medicina e da tecnologia, de forma a difundir o conhecimento para salvar vidas.
Para conhecer mais sobre essa iniciativa, você pode acessar diretamente ao site do EPI Saúde.
Fonte: EPI Saúde
O período de pandemia e distanciamento social que estamos vivendo, que traz impacto à vida da sociedade de modo geral, incluindo os negócios, fez com que a loja física da EDUFF, localizada em Icaraí, no município de Niterói, também fosse fechada, respeitando a recomendação da prefeitura de Niterói e do governo do Estado do Rio de Janeiro. Com isso, as vendas na loja física e na loja online estão suspensas, mas isso não impede a EDUFF de continuar entregando cultura e ciência para a sociedade.
Pensando nisso, a Editora da Universidade Federal Fluminense (EDUFF) está disponibilizando, através de seu site, 100 livros de forma gratuita, em diversas áreas temáticas, para serem baixados em formato digital (PDF e/ou Epub).
De forma a continuar difundindo o conhecimento produzido pela sua comunidade acadêmica, acessando ao catálogo do site é possível encontrar coletâneas de pesquisas científicas, estudos historiográficos e etnografias diversas, como o clássico “A antropologia da academia: quando os índios somos nós”, do professor Dr. Roberto Kant de Lima, livro básico para ingressantes na graduação de Antropologia da UFF, e o irreverente “Esculhamba, mas não esculacha! – Uma etnografia dos usos urbanos dos trens da Central do Brasil”, importante publicação do professor Dr. Lenin Pires, que levanta uma temática inédita sobre as dinâmicas dos trens do Rio de Janeiro.
Para ter acesso aos livros disponibilizados e também às demais publicações do EDUFF, basta ir até a página deles, clicando aqui.
Fonte: UFF Oficial
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), aliada a diversas entidades e instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação, estão unindo esforços para realizar a Marcha Virtual pela Ciência no Brasil, que acontece na próxima quinta-feira, dia 07 de maio.
Durante todo o dia, serão realizadas atividades, como debates e palestras, com temas relacionados à pandemia do covid-19 e a importância da valorização da ciência para uma melhor educação da sociedade, levantando as dificuldades enfrentadas pelas universidades e instituições públicas com a redução de recursos para a ciência, mas que ainda assim continuam se mostrando como essenciais nas medidas de controle ao coronavírus.
A SBPC tem divulgado vídeos e depoimentos em suas redes sociais, feitos por pesquisadores, estudantes, professores e aliados na luta pela ciência, onde destacam a importância da ciência no enfrentamento da pandemia e destacam o trabalho que tem feito pela defesa da ciência.
Você pode participar da marcha virtual divulgando nas redes sociais, usando as hashtags #MarchaVirtualpelaCiência, #paCTopelavida e #fiqueEMCASAcomaciência no twitter, enviando seu depoimento (escrito ou em vídeo) através dos canais de comunicação da SBPC e assistindo às palestras e debates programadas para o dia.
A programação completa está disponível no site da SBPC, assim como todas as iniciativas que vem sido tomadas pela defesa de uma ciência de qualidade para todos.
Participe!
Fonte: Portal SBPC
Crianças com Síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem passar por muitas dificuldades, relacionadas ao desenvolvimento dos seus sistemas cognitivos, motores e do próprio convívio social. Uma das formas de auxiliar a essas crianças é utilizando jogos, através de diversão e interação. O problema é que muitos jogos não são desenvolvidos levando em conta essas dificuldades. Pensando nisso, surge o jogo Missão Urbana.
O jogo é criado por Gabriel Teixeira, Gabriel Respeita, Victor Duarte e Victória Bragança, alunos da graduação de Desenho Industrial, do campus da UFF de Niterói, orientados pelo prof. Dr. Giuseppe Amado e prof. Dr. João Marcos Bittencourt, ambos do Departamento de Desenho Técnico, da Escola de Engenharia da UFF. Com visitas realizadas à Associação Fluminense de Reabilitação (AFR) de Niterói, no setor de Neuropsicopedagogia, e conversas com os terapeutas do local, os alunos entenderam que os jogos existentes não levavam em consideração essas dificuldades das crianças, e criaram o jogo Missão Urbana, pensando nessas lacunas que poderiam alcançar através da inclusão social alinhada à diversão.
A importância de criar um jogo de tabuleiro a partir da demanda dos outros, que nesse caso eram as crianças com Síndrome de Down e TEA, se mostra através dos resultados que eles conseguiram alcançar no tempo em que aplicaram o jogo, junto com as terapeutas da AFR, com as crianças atendidas pelo local. Foi possível observar o engajamento e a motivação das crianças ao brincarem, proporcionado aprendizado, independência e lazer ao mesmo tempo.
O tabuleiro do jogo é feito em duas peças, com papel e polietileno, pensando em jogos tradicionais, que se rasgam devido ao desgaste e ao material utilizado. Utiliza cores vivas, peças que imitam veículos, como carro, ônibus e bicicleta, que são os personagens do jogo. As crianças são incentivadas a percorrerem o caminho do tabuleiro, após sortearem um número jogando o dado, praticando ações descritas em suas cartas de comando, como “agir”, “desenhar”, “escrever” e “desafio”. A motivação vem das missões concluídas e das conquistas recebidas através de medalhas, que simbolizam bondade, agilidade, coragem e raciocínio.
Sendo confeccionado com materiais de baixo custo, com boa durabilidade, possibilidade de ser reaplicável em outros contextos e locais, o “Missão Urbana” leva autonomia para as crianças, que através de um jogo divertido, lúdico, interativo e de fácil manuseio, podem ter um auxílio ao seu desenvolvimento cognitivo e motor, sem deixar a diversão de lado.A experiência de tecnologia social “Missão Urbana” faz parte do Catálogo de Tecnologias Sociais de 2019, que você pode ler na íntegra aqui. E para conhecer mais sobre o trabalho que temos desenvolvido na Coordenação de Inovação e Tecnologias Sociais, acesse aqui.
Há mais de quatro gerações ocupando o Quilombo da Fazenda Picinguaba, em Ubatuba, São Paulo, a comunidade quilombola trava disputas administrativas e judiciais por suas terras há dez anos com instituições de poder. A chegada do grupo de pesquisa Cartonomia ao território quilombola, utilizando técnicas, ferramentas e metodologias da Cartografia Social, é um marco importante para a administração desse conflito, incentivando a autogestão e autonomia territorial dessa comunidade.
O grupo de pesquisa é coordenado pela prof. Drª. Mara Edilara, professora e coordenadora da licenciatura em Geografia, no campus da UFF de Angra dos Reis. A experiência de tecnologia social “Cartografia Social e Autogestão Territorial: a experiência cartográfica do Quilombo da Fazenda” surge em 2018, coordenada também pela professora Drª. Mara Edilara, com equipe interdisciplinar, pois é composta por alunos das graduações de Políticas Públicas, Pedagogia e Geografia. A experiência valoriza o saber tradicional da comunidade em questão, para que possa ser criada uma representação gráfica de sua realidade local, levando em consideração todo o modo de vida que existe no Quilombo da Fazenda.
Sendo a cartografia uma área temática da Geografia, que compreende o conjunto de estudos e técnicas para a elaboração cartográfica, a cartografia social é uma ferramenta e metodologia da Geografia, ao mesmo tempo que também é instrumento de luta, resistência e empoderamento dessa comunidade tradicional quilombola.
Muitos mapas já tinham sido criados e expostos aos quilombolas, em meio às disputas administrativas e judiciais vividas, mas todos eles feitos a partir da perspectiva das instituições de poder, como a Fundação Florestal Fernandes e o Parque Nacional da Serra do Mar. A ideia era mudar a lógica utilizada, de um mapa criado “de cima para baixo” ou “de fora para dentro”, ou seja, das instituições de poder para o quilombo.
O processo cartográfico é feito no tempo dos quilombolas, a partir de sua mobilização, e abrange o resgate da história oral da comunidade, a partir de oficinas e trabalhos de campo, onde são levantados os conhecimentos que eles possuem sobre suas vidas, e é isso que possibilita a construção do mapa coletiva e colaborativamente, feito com os sujeitos da comunidade e para os sujeitos da comunidade, onde o papel da universidade funciona como de facilitadora da apropriação das técnicas, mas quem dita a necessidade e a história é o próprio povo.
Com pilares no desenvolvimento da autogestão da comunidade e da autonomia territorial, é valorizado o saber local, em vista da reprodução do espaço de vida, com ênfase na representação construída pelos quilombolas, de forma que se apropriem de suas histórias e de seus territórios, seus modos de vida e de produção, para que entendam, de fato, a disputa sobre o seu local e façam com que o mapa construído seja mais do que um papel, mas uma representação cartográfica da vida do quilombo.
A experiência de tecnologia social “Cartografia Social e Autogestão Territorial: a experiência cartográfica do Quilombo da Fazenda” faz parte do Catálogo de Tecnologias Sociais de 2019, que você pode ler na íntegra aqui. E para conhecer mais sobre o trabalho que temos desenvolvido na Coordenação de Inovação e Tecnologias Sociais, acesse aqui.