O que são Tecnologias Sociais?

O termo surge inicialmente entre as organizações do terceiro setor e é utilizado para descrever experiências cujo objetivo volta-se para o desenvolvimento da sociedade. Essa, por si só, não é exatamente uma novidade. Os estudos sobre o tema sinalizam certo dissenso sobre seu conceito, o que se reflete na polissemia de seu uso, com diferentes apropriações e significados.

Neste sentido, a tecnologia pode ser classificada como social quando se propõe a atuar sobre um problema social; quando seus valores estão informados pelo desenvolvimento da sociedade, não do mercado, ou seja, quando a ideia de social se apresenta como alternativa ao capital; quando considera os saberes dos atores diretamente afetados com o problema; quando apresenta baixo custo, é sustentável, reaplicável ou ajuda na promoção da autonomia dos interlocutores envolvidos, sobretudo nos casos onde o acesso aos direitos está em jogo, dentre outras possibilidades.

As tecnologias sociais tem como proposta romper com a hierarquia dos saberes, tornando-os dialéticos, de modo consolidar uma universidade mais inclusiva a partir do diálogo entre o “saber científico” e o “saber local”, bem como responder as demandas dos problemas sociais. Ou seja, “o papel da Universidade no fortalecimento das cadeias produtivas se dá por meio da inovação e fortalecimento dos empreendimentos. Por intermédio da geração de trabalho e renda, inova-se, criando objetos ou métodos diferenciados, de forma sustentável, para suprir as necessidades presentes sem prejudicar as gerações futuras, possibilitando a elaboração de conhecimentos necessários mediante o constante intercâmbio entre universidade e comunidade, visando fomentar os empreendimentos existentes”.

 

Deste modo, o que se espera da universidade pública brasileira em termos de contribuição para o desenvolvimento de Tecnologias Sociais?


Criada em 2015, a Divisão de Inovação e Tecnologias Sociais da Agência de Inovação da UFF (AGIR), busca incentivar projetos e iniciativas de tecnologia social desenvolvidas pela Universidade Federal Fluminense ou com o seu apoio. Seu trabalho consiste na articulação de pesquisadores, docentes, alunos e a comunidade acadêmica em geral entorno do tema.

Nesse sentido, ao fazer essa pergunta, Almeida (2010) levanta uma discussão importante: diz que a cobrança por uma universidade mais inclusiva e mais próxima das demandas sociais tem crescido significativamente. Afirma ainda que um dos exemplos dessa cobrança é a criação de respostas que contemplem a inclusão social de populações vulneráveis por meio da disponibilização de Tecnologias Sociais (TS).

Para isso, propõe a articulação, na Universidade, da Extensão, do Ensino e da Pesquisa em favor da produção de Tecnologias Sociais para segmentos populacionais excluídos. Trata-se de uma discussão de extrema relevância, e que será travada no âmbito do Fórum de Inovação e Tecnologias Sociais da UFF, com a colaboração de pesquisadores, docentes, alunos e demais interlocutores.

 

Referência: ALMEIDA, Aelson Silva. A contribuição da extensão universitária para o desenvolvimento de Tecnologias Sociais. In Tecnologia Social e Desenvolviment o Sustentável: Contribuições da RTS para a formulação de uma Política de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação. Brasília, DF: Secretaria Executiva da Rede de Tecnologia Social (RTS), 2010.

 

 

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